Conheça a Universidade Livre Feminista from Universidade Livre Feminista on Vimeo.
O que é a Universidade Livre Feminista?
É um projeto feminista, construído de forma coletiva e colaborativa, cujo objetivo é congregar, catalisar e fomentar ações educativas, culturais, artísticas; de produção de conhecimento e compartilhamento de saberes acadêmicos, populares e ancestrais, numa perspectiva contracultural feminista, antirracista e anticapitalista. Através da Universidade Livre pretendemos promover a reflexão e a troca de ideias, vivências e experiências entre mulheres de diferentes identidades e campos de atuação (político, artístico, cultural, acadêmico, comunitário), assim como com outros grupos e indivíduos.
Em um processo contínuo de autoformação, a Universidade Livre Feminista busca estimular a formulação de análises e métodos que fortaleçam a ação política, individual ou coletiva, das mulheres em toda a sua diversidade, de modo que, juntas, possamos contribuir para a construção de uma sociedade justa, igualitária, não hierárquica, criativa e libertária.
Tendo se iniciado como um espaço virtual, hoje a Universidade Livre também se faz presencial e está aberta a mulheres e homens de todo o país. Hoje cerca de 3.000 pessoas estão inscritas na nossa rede e quase 5.000 acessam diariamente o portal de notícias. Na nossa plataforma virtual disponibilizamos artigos, cartilhas, livros e vídeos (alguns produzidos pelas próprias participantes). Recorrendo às novas tecnologias da informação e da comunicação, também promovemos fóruns virtuais de debate e oferecemos cursos online. Tudo isso construído no marco do pensamento político feminista, das práticas, lutas políticas, e movimentação social das mulheres por um mundo melhor.
Até o momento, a iniciativa da Universidade Livre Feminista está ancorada em um programa do Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA, em colaboração com outras organizações e movimentos feministas. No entanto, desejamos que ela se amplie e se consolide como um projeto coletivo de pessoas, organizações e movimentos.
Para tanto, é importante que mais e mais mulheres – do Brasil, da América Latina e, quem sabe, de outros continentes – façam parte conosco desse projeto. Queremos construir, coletivamente, uma universidade libertária e feminista, que colabore para a construção diversificada de conhecimentos e processos de contra-hegemonia e contracultura ao patriarcado, ao racismo, ao etnocentrismo, à lesbo-homofobia e ao capitalismo.
A Universidade Livre Feminista existe para fortalecer o feminismo, suas organizações e movimentos. Para dar continuidade a esta proposta, assumimos o desafio de ampliar sua rede de construtoras, conformando-a como um projeto coletivo, articulado em rede e de amplo espectro. E é para essa construção coletiva, ousada, libertária, que convidamos você!
Por que uma Universidade Livre Feminista?
A iniciativa de criar a Universidade Livre Feminista surgiu ao percebermos que várias organizações e movimentos feministas se esforçavam para criar e manter programas de formação e atividades educativas, mas enfrentavam dificuldades para sustentar tais projetos. Apesar da dedicação de várias militantes, os orçamentos escassos das entidades e movimentos não permitiam investir em processos educativos capazes de impactar significativamente a qualidade da atuação feminista e a quantidade de pessoas mobilizadas.Nesse contexto, pensou-se em reunir esforços que aumentassem as chances de superar essas dificuldades e ampliar a ação feminista de forma contundente. Nasceu assim a ideia de criar uma universidade – livre e feminista –, nos moldes das antigas universidade livres europeias organizadas a partir do final do século XIX por movimentos de trabalhadores e trabalhadoras em luta contra a opressão capitalista. Essas universidades têm sido reorganizadas recentemente em vários países como a Espanha.
Para que uma Universidade Livre Feminista?
Até o momento (pois que este é um projeto em construção), a Universidade Livre existe para:
Nossa intenção é, portanto, proporcionar um espaço para a experiência política e pedagógica libertária cotidiana e transformadora das mulheres. Para tanto, a disposição, a iniciativa e a colaboração de todas são muito bem vindas, uma vez que são as mulheres que desejam a Universidade Livre Feminista que a fazem acontecer no cotidiano.
Os debates em torno da ideia de criar uma Universidade Livre Feminista iniciaram em 2009, envolvendo várias entidades feministas. Apesar dos poucos recursos, todas consideraram importante a proposta e concordaram em levar adiante o projeto, coordenado pelo CFEMEA.
Em 2010 foi lançado o primeiro curso da Universidade Livre, voltado para gestoras, participantes de conselhos de direito das mulheres e ativistas feministas, inaugurando a plataforma de educação à distância (www.nota10.org.br). Este curso serviu para testar o sistema Moodle de educação à distância (EAD) e para a formação de uma base técnica na Universidade Livre para a produção e veiculação de outros cursos online que tivessem como base o uso de softwares livres. Ali vimos que as expectativas quanto à demanda e à vontade das mulheres em participar de processos de formação com referenciais feministas estavam corretas, o que nos animou a seguir com a proposta. Por isso, em 2012, lançamos oficialmente a Universidade Livre Feminista na expectativa de que ela se consolide como um instrumento de enfrentamento às dificuldades financeiras e políticas que têm afetado sobremaneira todo o movimento feminista independente, especialmente no que se refere à formação.
Até meados de 2013 a Universidade Livre Feminista contou apenas com uma secretaria (uma pessoa no Cfemea), que dava suporte à estrutura básica (Portal de Comunicação, Biblioteca, TV Feminista e plataforma Moodle para os cursos de formação) e com uma equipe de colaboradoras que atuaram como educadoras nos processos de formação online.
Algumas dessas colaboradoras tem se dedicado a pensar mudanças para a Universidade Livre, no sentido de instituí-la como um grande projeto coletivo e de consolidá-la como uma rede de produção e troca de conhecimentos no âmbito do feminismo. Entre as mudanças está a reestruturação da Universidade Livre Feminista, que agora conta com:
Secretaria Executiva: Composta por duas pessoas, é responsável por coordenar técnica e politicamente a Universidade Livre e mobilizar as demais participantes. Tem como apoio uma equipe de suporte técnico para manter o Portal de Comunicação (incluindo as atividades de formação online), a Biblioteca e a TV feminista.
Rede de Colaboradoras: São ativistas feministas que colaboram voluntariamente ou são contratadas para a realização de atividades da Livre Feminista. A rede de colaboradoras reúne educadoras populares, técnicas de ONGs, professoras universitárias, militantes de movimentos, comunicadoras, artistas (escritoras, poetas, pintoras, performancers, cantoras, designers, músicas…) e outras profissionais. O que une todas é a vontade de contribuir com o projeto da Universidade Livre, organizando e/ou facilitando cursos e formações; escrevendo textos (teóricos, políticos ou literários); produzindo materiais; desenvolvendo soluções tecnológicas para nossos desafios; mobilizando pessoas.
Coletiva Dinamizadora: Tem a função de reunir esforços, potencializar energias, fomentar diálogos, abrir caminhos, ampliar horizontes, angariar recursos, concretizar propostas, dar consistência e expandir a rede da nossa Universidade Livre Feminista. Atualmente ela é composta por esse grupo de colaboradoras que vem se dedicando a pensar o futuro da Universidade Livre, mas a proposta é que esta coletiva se renove continuamente.
Equipe de Suporte Técnico: Responsável pela reformulação, manutenção e segurança de todos os portais da Universidade Livre. Atualmente, é realizado pela empresa Plano Hype, empresa focada em projetos digitais com impacto social, que é coordenada por uma feminista e tem uma política de valorização do trabalho das mulheres na tecnologia.
Atualmente a Universidade Livre é uma ação mobilizada pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA, pela Cunhã – Coletivo Feminista, e pelo SOS Corpo – Instituto Feminista pela Democracia. O compromisso dessas organizações com a construção da Universidade Livre feminista garantiu os esforços políticos, a competência profissional e os recursos necessários para a viabilização da proposta. E para manter viva essa chama, tem sido indispensável o ânimo das mais de 3 mil participantes e ativistas feministas independentes.
Também tem sido essencial o apoio de algumas organizações feministas a Redeh – Rede de Desenvolvimento Humano, o Geledés – Instituto da Mulher Negra e o Instituto Patrícia Galvão.
O projeto da Universidade Livre Feminista está sempre em construção, o que se reflete na nossa metodologia. Como se trata de uma proposta educativa do feminismo, pretendemos que ela continue assim. As práticas e experiências da Universidade Livre serão aquelas que formos construindo e compartilhando colaborativamente. Até o momento, nosso foco vem sendo a formação online, com uma metodologia centrada no diálogo, estudo e compartilhamento de práticas e reflexões coletivas. Temos buscado promover o autoconhecimento, assim como o encontro, o cuidado e o acolhimento entre as participantes.A práxis educativa feminista é a nossa base metodológica. Nela, a experiência vivida a partir das relações sociais de gênero, raça e sexualidade tem um lugar central, fazendo valer a máxima “o pessoal é político”. A práxis educativa feminista, por sua vez, tem fortes referências na pedagogia de Paulo Freire, o que significa que acreditamos que o diálogo e a experiência dos sujeitos são geradores de um processo reflexivo e de autoconscientização voltado para uma ação transformadora da realidade.
Estes são, portanto, temas que compõem e/ou comporão o conjunto de atividades desenvolvidas pela Universidade Livre, em diálogo com outros elementos que dizem respeito à situação sociopolítica das mulheres e ao feminismo antirracista e anticapitalista que intentamos construir. Na plataforma dos cursos oferecidos, é possível ter acesso a textos, vídeos e publicações diversas, além de podermos produzir e compartilhar conhecimentos e outras produções em diversas linguagens.
Mas queremos ir além, criando um espaço de ensino-aprendizagem que, utilizando novas tecnologias de informação e comunicação, mescle recursos de Educação à Distância (EAD) e processos presenciais de educação e mobilização dos movimentos sociais, em especial, os movimentos feministas. Pretendemos assim, operar como uma rede social, de comunicação, informação e formação feminista libertária.
Quais as atividades realizadas?
No que refere à formação, atualmente a Universidade Livre trabalha com três formatos:
A partir de 2014 pretendemos aprimorar estes formatos, mas também aplicar e desenvolver outros métodos de formação, ação e intervenção política.
1) De modo pontual:
– Visitando o portal www.feminismo.org.br e fazendo uso dos materiais disponibilizados lá;
– Fazendo sua inscrição no Portal de Formação para os cursos e formações ofertados;
– Participando de processos presenciais em sua cidade, divulgados no sítio;
– Enviando sugestões de melhorias, divulgação de eventos e atividades, materiais e textos para o portal para o email contato [arroba] feminismo.org.br;
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