Ivonio Barros Fundação Bienal de São Paulo anuncia camaronês como curador da 36ª edição do evento Bonaventure Soh Bejeng Ndikung é fundador de projetos culturais e fará parte da curadoria da 36ª edição do evento que acontecerá em 2025 Foto: Jana Edisonga / Fundação Bienal de São Paulo - A imagem mostra o curador camaronês Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, anunciado pela Fundação Bienal como membro da equipe. PATRICIA SANTOS - 28 DE ABRIL DE 2024 - ALMA PRETA A Fundação Bienal de São Paulo nomeou o escritor camaronês Bonaventure Soh Bejeng Ndikung como curador-chefe da 36ª edição do festival, que deve acontecer no segundo semestre de 2025, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Ndikung busca criar intersecções entre a arte e a ciência. Ele é doutor em biotecnologia e pós-doutor em biomedicina. A trajetória artística e interdisciplinar passa por práxis curatoriais com ênfase na performatividade, artes sonoras, instalativas e visuais. Bonaventure é fundador do SAVVY Contemporary, um projeto independente para exposições, performances e eventos culturais, além de lecionar em uma escola de arte de Berlim, na Alemanha, onde foi radicado. Por sua visão inovadora, o camaronês foi a primeira pessoa negra e africana a dirigir um dos museus mais renomados de Berlim, o Haus der Kulturen der Welt, uma das mais importantes instituições culturais do mundo. Em um comunicado à imprensa, Ndikung disse estar emocionado, honrado e grato por fazer parte do time de curadores da Bienal de São Paulo, que é uma das maiores, mais importantes e antigas do mundo. Segundo ele, o evento prova ser popular por ter entrada gratuita, o que não é comum em outros lugares. “A Bienal de São Paulo me parece um sismógrafo que não apenas registra os diferentes tremores que o mundo está experimentando socioeconômica, geopolítica e ambientalmente, mas esses registros também nos oferecem possibilidades de moldar um futuro mais justo e humanitário para todos os seres animados e inanimados deste planeta”, afirmou. Entre as contribuições artísticas do curador está a exposição Abdias Nascimento – Being an Event of Love”, feita em Stedelijk Museum em 2022, a maior mostra dedicada à obra do brasileiro já feita em território europeu. Além de ser cocurador da exposição Um Brasil, Muitas Histórias no Sesc de São Paulo, no mesmo ano, e da exposição O Quilombismo na HKW Haus der Kulturen der Welt, em 2023. PATRICIA SANTOS Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas. Artigo anterior: Como é a vida para as mulheres no último país da África sob colonização Anterior Próximo artigo: Feira Internacional do Livro de Havana: uma trincheira de ideias Próximo