... BRASIL: Mais de 70% dos novos alunos do ensino superior privado em 2022 optaram por estudar à distância, diz Inep

Dados do Censo da Educação Superior 2022 foram divulgados nesta terça (10/10/2023). Números revelam também que 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos não concluiu o ensino médio nem vai à escola no Brasil.

Por Luiza Tenente, g1

 

Inep divulgou dados do Censo da Educação Superior — Foto: ASN

Inep divulgou dados do Censo da Educação Superior — Foto: ASN

Em 2022, 72% dos alunos que foram aprovados no ensino superior privado optaram por estudar à distância, mostram dados do Censo da Educação Superior 2022, divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Nas licenciaturas (cursos de formação de professor), o índice foi ainda maior: 93,2%.

O crescimento da Educação à Distância (EAD), tendência presente nos últimos anos, gera preocupação de especialistas, por causa da regulação frágil do setor e da dificuldade de mensurar a qualidade dessas graduações.

Os mecanismos atuais de avaliação de cursos não levam em conta, por exemplo, o tipo de plataforma on-line usada pelas instituições de ensino e o tempo dedicado a aulas "síncronas", em que os alunos podem interagir em tempo real com os professores. A tendência é que as faculdades gravem o material didático apenas uma vez e o vendam para um número cada vez maior de interessados.

"O papel do MEC é regular isso. É um sinal vermelho aceso para a gente tomar medidas importantes diante desse cenário", afirmou Camilo Santana, ministro da Educação, durante o evento de divulgação dos dados.

Segundo ele, por decisão do governo federal, 16 cursos superiores não poderão ser feitos à distância: 4 já suspensos (enfermagem, direito, odontologia e psicologia) e outros 12 ainda em debate, por meio de consulta pública.

Por que os alunos escolhem EAD? Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, explica que a modalidade à distância "tem sido mais atrativa por trazer flexibilidade em termos de local e horário [para o aluno estudar], mas principalmente por ser oferecida com mensalidades muito, muito mais baratas".

“E 80% do alunado brasileiro têm renda per capita de até 3 salários mínimos, ou seja, não têm condição de pagar mensalidades [dos cursos presenciais]. A cobertura do Prouni e do Fies é baixa, e o número de vagas no ensino público também", complementa.

Veja mais dois pontos do Censo sobre o assunto:

O número de novos alunos que escolheram fazer faculdade à distância cresceu 20% entre 2021 e 2022: saltou de 3,9 milhões para 4,7 milhões. Desde 2020, a EAD ultrapassou o ensino presencial no quesito "ingressantes".

A quantidade de cursos EAD no ensino superior triplicou em 4 anos: foi de 3.177 graduações em 2018 para 9.186 em 2022.

Os índices do Censo, referentes a professores, alunos e instituições de ensino, servem para embasar novas políticas públicas e desenhar um panorama da educação brasileira.

1 a cada 5 jovens não concluiu o ensino médio nem vai à escola

O Inep mostrou também que, de cada cinco brasileiros de 18 a 24 anos, um está fora da escola mesmo sem ter concluído o ensino médio.

A distribuição é a seguinte, nessa faixa etária:

  • 1,2% está "atrasado" e frequenta o ensino fundamental;
  • 9,9% também estão fora do padrão esperado e ainda cursam o ensino médio;
  • 21,2% não vão à escola e não concluíram ensino médio;
  • 20,2% frequentam o ensino superior;
  • 4% já concluíram a faculdade;
  • 43,4% não estão na universidade, mas concluíram o ensino médio.

Alerta: menos da metade dos alunos fez o Enem

O Censo da Educação Superior 2022 evidenciou que apenas 48,2% dos alunos brasileiros que concluíram o ensino médio em 2022 fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que possibilita o acesso a universidades públicas (por meio do Sisu) e particulares (por bolsas, no Prouni, e por financiamento, no Fies).

Os estados com pior desempenho são Bahia, Roraima, Maranhão e Pará. A situação é mais favorável no Ceará, em Goiás e no Espírito Santo.

"Nos últimos anos, houve uma tentativa do governo federal de desconstruir o ensino superior no Brasil (...), com corte orçamentário nas universidades. Esse é o efeito. Estamos começando a reverter o número [de inscritos] no Enem, que estava em queda nos últimos anos", diz o ministro da Educação.

A edição de 2023 recebeu 3,9 milhões de inscrições — um aumento de 13,1% em relação ao ano passado. O índice marca uma recuperação após a pandemia da Covid-19: o número de inscrições mais baixo da história foi registrado em 2021 (3,1 milhões).

Apesar da melhora, o Enem ainda está longe de se aproximar do gigante alcance que tinha no período de 2014 a 2016, quando atingia mais de 8 milhões de alunos.

Faculdades enfrentam dificuldade em preencher vagas

Nem mesmo a graduação em medicina, tradicionalmente tão concorrida, consegue preencher 100% das vagas oferecidas nas instituições de ensino -- tanto na rede pública quanto na privada, o índice de ocupação foi de cerca de 95% no último ano.

Em média, considerando os cursos de todas as áreas, aproximadamente 80% das vagas nas universidades privadas ficaram ociosas em 2022. Entre as públicas, o índice foi de 30%.

Os casos mais alarmantes foram registrados nas licenciaturas de química e física:

Rede privada:

  • formação de professor de química: 97% das vagas NÃO foram preenchidas
  • formação de professor de física: 97,6% das vagas NÃO foram preenchidas

Rede pública

  • formação de professor de química: 46,4% das vagas NÃO foram preenchidas
  • formação de professor de física: 49,8% das vagas NÃO foram preenchidas

fonte: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/10/10/dados-censo-educacao-superior-2022.ghtml

Mais de 80% dos alunos de licenciatura estão em cursos a distância

Dado é do Censo da Educação Superior 2022 divulgado pelo MEC


Publicado em 10/10/2023 - 18:26 Por Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil - Brasília

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Dos 789,1 mil alunos ingressantes em cursos de licenciatura em 2022, 81% foram na modalidade de ensino a distância. Nas instituições privadas, 93,7% dos alunos de licenciatura que ingressaram foram nessa modalidade. Os dados fazem parte do Censo da Educação Superior 2022, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Para o ministro da Educação, Camilo Santana, é preciso atenção com a qualidade dos cursos de licenciatura na modalidade a distância. “Para nós, a formação do professor é fundamental para garantir a qualidade da aprendizagem das crianças e jovens da educação básica”, disse, lembrando que no último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) as notas dos alunos dos cursos de licenciatura foram baixas. 

Segundo Santana, o Ministério da Educação está estudando a adoção de uma reserva de 40% das vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para alunos de licenciatura, além de condições diferenciadas de pagamento do financiamento para quem ingressar nesses cursos, especialmente em áreas como Português, Matemática e Física. “Precisamos estimular nas áreas específicas, onde estamos precisando de professor”, disse Santana.

O Censo também mostrou que, nos últimos quatro anos, o número total de vagas oferecidas em cursos presenciais caiu 11% e as vagas em cursos a distância aumentaram 139,5%. O número de cursos oferecidos a distância cresceu 189,1% no período. Dos 4,75 milhões de estudantes que ingressaram em cursos de graduação no Brasil em 2022, 3,1 milhões foram na modalidade EaD e outros 1,6 milhão na modalidade presencial.

“Isso exige sinal amarelo ou vermelho aceso para que possamos tomar medidas importantes diante desse cenário,” disse o ministro. Segundo ele, o MEC irá reavaliar todo o marco regulatório do ensino a distância no Brasil e fazendo uma avaliação de 16 cursos para verificar a viabilidade de serem oferecidos na modalidade a distância. “A nossa preocupação não é o fato de ter um curso a distância, mas garantir a qualidade nesse curso que é oferecido. E é impossível determinados cursos serem oferecidos na modalidade a distância,” disse.

Brasília (DF), 10/10/2023, O presidente do CNE, Luiz Curi, o Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e o professor Carlos Moreno, durante apresentação dos resultados do Censo da Educação Superior 2022. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF), 10/10/2023, O presidente do CNE, Luiz Curi, o Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e o professor Carlos Moreno, durante apresentação dos resultados do Censo da Educação Superior 2022. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Instituições

O Brasil registrou 2.595 instituições de educação superior, em 2022, sendo 1.449 instituições privadas com fins lucrativos, 834 privadas sem fins lucrativos, 133 estaduais, 120 federais e 59 municipais. O número é um pouco maior que o de 2021, quando foram cadastradas 2.574 instituições.

Segundo o Censo, 41% das instituições possuem até 300 alunos e detém apenas 1% das matrículas de graduação. A rede privada conta com mais de 7,3 milhões de alunos, o que garante uma participação de 78% do sistema de educação superior.

Censo

Realizado anualmente pelo Inep em parceria com as instituições de educação superior que oferecem curso de graduação no Brasil, o Censo da Educação Superior é o instrumento de pesquisa mais completo do país sobre as instituições de educação superior que ofertam cursos de graduação e sequenciais de formação específica, bem como sobre seus alunos e docentes.

Todas as instituições de ensino devem responder ao Censo, sob risco de serem impedidas de aderir a iniciativas do Poder Público. A instituição que não preenche o Censo fica impossibilitada de participar do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de aderir ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e ao Programa Universidade para Todos (Prouni) e de participar dos programas de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no ano seguinte.

O objetivo da pesquisa estatística é oferecer informações detalhadas sobre a situação e as tendências da educação superior brasileira, assim como guiar as políticas públicas do setor.  Também contribui para o cálculo de indicadores de qualidade, como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). A atuação do Inep se concentra na apuração, na produção e no tratamento das estatísticas.

Edição: Valéria Aguiar

fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2023-10/mais-de-80-dos-alunos-de-licenciatura-estao-em-cursos-distancia

Disparada de cursos EAD preocupa o Ministério da Educação

Dados foram trazidos à tona pelo censo realizado pelo ministério e pelo Inep. Levantamento mostra que o ensino a distância aumentou 189,1%, entre 2018 e 2022. Decreto do ex-presidente Temer flexibilizou criação de classes nesse formato

Mayara Souto
postado em 11/10/2023 03:55 / Correio Braziliense
Ministro da Educação Camilo Santana. -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ministro da Educação Camilo Santana. - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O aumento no número de cursos de Ensino a Distância (EAD) preocupa o Ministério da Educação, uma vez que a regulamentação e o controle de qualidade têm fragilidades. A afirmação é do ministro Camilo Santana, com base no o Censo da Educação Superior 2022, divulgado ontem pelo MEC e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Segundo o levantamento, o cursos EAD aumentaram 189,1% entre 2018 e 2022 — até o ano passado, eram aproximadamente 3 milhões de alunos matriculados nesta modalidade de ensino. O ritmo aumentou em função da edição de um decreto do então presidente Michel Temer, que flexibilizou a abertura de polos de educação a distância no país.

"Estamos preocupados com esse aumento e o MEC fará uma análise mais rigorosa. Já se estava discutindo isso. Abrimos consulta pública, mas, pelos dados (do Censo da Educação Superior), exige de nós uma ação mais rápida. Não estamos aqui demonizando o ensino a distância. Ele é importante para facilitar a vida de muita gente, mas queremos prezar pela qualidade desses cursos", afirmou Camilo.

Pedagogia é a graduação com maior procura nos cursos EAD, com cerca de 650 mil matrículas. Na sequência estão administração (393 mil) e contabilidade (201 mil). Uma consulta pública está sendo realizada pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do MEC para verificar se cursos como direito, psicologia, enfermagem e odontologia podem ser feitos a distância.

"Nas universidades federais, 34% dos cursos EAD são nota 4 ou 5. É muito baixo. Determinei realizar uma supervisão especial nos cursos a distância para rever todo o marco regulatório disso. Nossa preocupação não é o fato de ter um curso a distância, mas garantir qualidade. E é impossível determinados cursos serem feitos a distância neste país", frisou.

Outro ponto destacado pelo Censo é o alto índice de vagas não ocupadas no ensino superior. Na rede pública chega a 32,45% e, na privada, 26,4%. Entre os 135 mil postos remanescentes nas universidades públicas, em 2022, apenas 20% foram ocupados.

"Estamos preocupados com nossas universidades públicas federais. Por que não conseguimos preencher as vagas?", questionou o ministro. Segundo Camilo, o MEC estuda modificar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para que as inscrições não sejam mais feitas duas vezes ao ano, mas, sim, somente no início do ano.

fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/10/5132975-disparada-de-cursos-ead-preocupa-o-mec.html

 


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