... “Afrolatinas: 30 anos em movimentos” - Documentário celebra patrimônios de mulheres afro latino-americanas e caribenhas

Produção oferece experiência imersiva pelos legados das mulheres negras através de cenários da natureza em plataforma de realidade virtual

Foto: Divulgação - Documentário será lançado no Festival Latinidades, que acontece no fim de julho, em Brasília (DF)-Brasil.

Redação

14 de julho de 2024 - Alma Preta

 

O documentário interativo “Afrolatinas: 30 anos em movimentos”, dirigido por Viviane Ferreira, celebra patrimônios e legados das mulheres afro latino-americanas e caribenhas e será lançado no Festival Latinidades, de 25 a 27 de julho, no Museu Nacional, em Brasília (DF).

Com o objetivo de proporcionar uma viagem pela luta por equidade de gênero e raça, retratando as trajetórias e contribuições de mulheres negras na região, especialmente aquelas cujas histórias são pouco conhecidas ou registradas, a produção apresenta depoimentos de 14 mulheres ativistas. 

Foram ouvidas personalidades como Nilza Iraci, ativista e presidente do Geledés; Lucia Xavier, fundadora da ONG Criola, que promove os direitos das mulheres negras; Nilma Bentes, socióloga, professora e ativista; Valdecir Nascimento, coordenadora executiva do Odara – Instituto da Mulher Negra; Cida Bento, psicóloga e diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades; Epsy Campbell, ex-vice-presidenta da Costa Rica; Creuza Oliveira, presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad). Além disso, o documentário conta com depoimentos das ativistas Aline Torres, Doris Quiñones Hernández, Jaqueline Fernandez, Heliana Hemetério, Matilde Ribeiro, Naiara Leite, Sérgia Galván Ortega e Tânia Ramirez

Para Viviane Ferreira, o “Afrolatinas” é um manifesto de inspiração e um documento histórico sobre as lutas, saberes e fazeres de mulheres negras na América Latina. “Queremos honrar o legado e os movimentos dessas mulheres que são patrimônios vivos de nossa história”, afirma a cineasta, ex-presidente da Spcine e também diretora do filme Ó Paí Ó 2.

O documentário revisita a história e os impactos do Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, instituído em 1992. A data tornou-se um marco de lutas, inspirando o lançamento do 1º Festival Latinidades no Brasil, em 2008. O filme explora a origem e a relevância do “Latinidades”, mostrando como o festival se transformou no maior evento dedicado às mulheres negras da região e em uma plataforma multilinguagem que promove e gera renda para a produção artística e intelectual de mulheres negras. 

“O Latinidades começou há 17 anos como um festival de arte, cultura e formação política e, hoje, é uma plataforma que gera renda e celebra a potência, as tecnologias e as contribuições das mulheres negras para a sociedade, ao mesmo tempo em que cobra políticas públicas. Fazemos isso porque aprendemos com as nossas mais velhas. Para mim, contar a história do dia da mulher negra e como ela inspirou a criação do Festival Latinidades é a realização de um sonho”, comenta Jaqueline Fernandes, CEO do Instituto Afrolatinas, organizador do festival. 

Utilizando pesquisa de acervos, entrevistas e recursos digitais, o material combina imagem, texto e som com linguagens artísticas como fotografia, artes visuais, literatura, arte-tecnologia e música. 

Experiência Imersiva 

Complementando a grandiosidade do “Afrolatinas: 30 anos em movimento”, o público poderá explorar uma experiência imersiva e interativa também durante o Festival Latinidades, de 25 a 27 de julho. 

Com a ajuda de uma plataforma de jogos em realidade virtual, será possível vivenciar os conteúdos do documentário imersos em universos naturais, selecionados a partir de elementos mágicos que simbolizam a mata, a terra e a água. Usando óculos VR, o público poderá acompanhar depoimentos que revivem a história dos movimentos sociopolíticos em cenários especialmente criados e escolhidos pelas mulheres entrevistadas, de acordo com a paisagem que mais combina com sua trajetória, forma de pensar ou preferência. 

“Procuramos acolher cada entrevistada no momento do depoimento. Por isso, pedimos que cada uma escolhesse um desses cenários em que se sentisse mais ligada, pelas correlações dos elementos com sua jornada. E assim, permitir que ela contasse não só sobre sua luta, mas também expressasse quem ela é diante e acima de tudo isso”, explica Viviane Ferreira. 

 
  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

    fonte: https://almapreta.com.br/sessao/cultura/documentario-celebra-patrimonios-de-mulheres-afro-latino-americanas-e-caribenhas/

     

    Festival Latinidades celebra potência e promove reconhecimento de mulheres negras em Brasília

    Evento que celebra a mulher negra latino-americana e caribenha acontece de 25 a 27 de julho no Museu Nacional em Brasília - Brasil

    Bianca Feifel
    Brasil de Fato | Brasília (DF) |

    Latinidades tem 17 anos de trajetória de celebração e empoderamento de mulheres negras latino-americanas e caribenhas - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/

     

    O Festival Latinidades, que nasceu no Distrito Federal, mas já ganhou asas pelo Brasil e pelo mundo, chega à sua 17ª edição com o tema "Vem Ser Fã de Mulheres Negras". Em Brasília, o evento que celebra a mulher negra latino-americana e caribenha acontece de 25 a 27 de julho, no Museu Nacional da República, com programação formativa e artística gratuita.

    “Ser fã de mulheres negras em uma sociedade racista e machista é revolucionário”, afirma a idealizadora do Festival, Jaqueline Fernandes. Segundo ela, a edição deste ano é uma síntese de tudo que o Latinidades vem construindo nestes 17 anos de existência, colocando mulheres negras em evidência em todas as esferas do evento: “no palco, atrás das cortinas, nas posições de diretoria e articulação, e como fornecedoras e empreendedoras”.  

    O tema deste ano é um chamado ao reconhecimento do trabalho e da contribuição das mulheres negras para toda a sociedade. "Vamos formar público para prestigiar, comprar de empreendedoras, fortalecer negócios, ler, ouvir e remunerar bem. Respeitar os direitos das mulheres negras e garantir que estejam em espaços de poder, com mais políticas públicas", defende Jaqueline.

    17 anos de trajetória

    A 17ª edição do Latinidades começou em Salvador, entre 5 e 7 de julho. Além das terras baianas, neste ano, o festival passará por Goiás, Brasília e São Paulo. Além disso, haverá uma ação internacional em Londres. 

    O encontro nasceu, em 2008, de um sonho de realizar o primeiro festival de mulheres negras do Brasil no lugar em que, embora muitas vezes invisibilizadas, elas são maioria: na capital do país. Segundo dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD 2021), mulheres negras correspondem a 28,7% dos habitantes do DF. Em seguida, estão homens negros (28,4%), mulheres brancas (23,3%) e homens brancos (19,1%).

    De acordo com Jaqueline Fernandes, a ideia do Festival surgiu de um incômodo com a falta de representatividade das mulheres negras do DF e do desejo de fazer a população conhecer o significado do dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

    “A gente tinha um olhar muito local no início. Mas logo na primeira edição a gente percebeu que infelizmente não era uma questão só do DF. Era uma questão das mulheres negras em todo mundo, essa falta de reconhecimento e visibilidade, e necessidade, então, de criar nossos próprios espaços para formar nosso público, ter o reconhecimento que a gente merece, garantir nossas políticas públicas e mostrar a potência das mulheres negras”, relata a idealizadora. 


    Jaqueline Fernandes, uma das idealizadoras do Festival: Latinidades surgiu a partir de incômodo / Foto: Ricardo Jataum

     

    Outras iniciativas de celebração e empoderamento surgiram ao longo do tempo, como o Julho das Pretas, pensado e criado por uma rede de mulheres negras do Nordeste, que também se expandiu para todo o Brasil. 

    Em 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que institui o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, homenageando uma mulher quilombola, símbolo de resistência e luta contra a escravização.

    “Tem muito a ser feito ainda. O racismo e machismo são cruéis, estruturais, sistêmicos. Mas o movimento de mulheres negras, como diz Vilma Reis e Sueli Carneiro, é sem dúvida um dos movimentos sociais mais bem sucedidos do Brasil, que segue dando a linha do que é ser progressista, empurrando a esquerda mais para a esquerda”, define Jaqueline. 

    Programação multilinguagem e gratuita 

    O Latinidades traz uma programação multilinguagem gratuita, com atividades formativas e artísticas, shows nacionais e internacionais, stand-up comedy e desfiles. Além disso, o evento tem um olhar especial para as mães, com espaço infantil. “Afeto, formação política, intelectual e afetuosa: é isso que a gente pode esperar em mais uma edição da nossa casa de mulheres negras”, afirma a idealizadora. 

    Em Brasília, o encontro acontece de 25 a 27 de julho, no Museu Nacional da República, com programação extensa de palestras, oficinas, shows, feiras, exposições, exibições e outras atividades. Serão discutidos temas como a prática de trançar enquanto patrimônio cultural e economia criativa e mulheres negras na mídia. 

    No dia 27, acontece o IV Julho das Pretas que Escrevem no DF. O objetivo do encontro é mapear e reunir o maior número de mulheres negras que escrever na capital federal, para fortalecer laços e compartilhar produções.

    A programação musical conta com nomes de renome nacional e internacionalmente. Na sexta (26), sobem ao palco o projeto Nós Negras e a cantora Sandra de Sá. No sábado (27), quem comanda a cena são as cantoras Alaíde Costa, Bia Ferreira, La Dame Blanche (Cuba), Sister Nacy (Jamaica), Gaby Amarantos, Ebony Pongo (Angola) e Irmãs de Pau. 

    Confira a programação completa:

    25 de julho (quinta-feira)

    14h às 16h | Debate: Trancistas - patrimônio cultural, economia criativa e trabalho

    19h | Abertura da exposição: Afrolatinas - 30 anos em Movimentos

    20h | Sessão Premiere do documentário Afrolatinas – 30 anos em Movimentos

    26 de julho (sexta-feira)

    14h às 16h | Debate: Mulheres Negras na Mídia: Inovação e Impacto na Comunicação Pública

    16h30 às 18h30 | Aula show: Folha Funciona, com Sueide Kintê e Sueli Kintê

    19h | Afro Fusion Modeling

    19h30 | Mostra Humor Negro

    21h | Show - Nós Negras

    22h | Show - Sandra Sá

    27 de julho (sábado)

    14h às 20h | Latinidades Kids

    14h às 17h | IV Julho das Pretas que Escrevem no DF - Nosso lugar é de fala

    19h | Shows

    19h | Alaíde Costa

    20h | Bia Ferreira

    21h | La Dame Blanche (Cuba)

    22h10 | Sister Nacy (Jamaica)

    23h20 | Gaby Amarantos

    0h30 | Ebony

    1h10 Pongo (Angola)

    2h20 Irmãs de Pau

    Intervalos: Dj Kethlen e Dj Savana

    Confira mais detalhes da programação aqui

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    Edição: Rafaela Ferreira

     

    fonte: https://www.brasildefatodf.com.br/2024/07/15/festival-latinidades-celebra-potencia-e-promove-reconhecimento-de-mulheres-negras-em-brasilia


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