Ivonio Barros Coletivos de mulheres iniciam 2025 com muita expectativa nos Laboratórios Feministas Os territórios periféricos de mulheres junto com o Centro Feminista de Estudos e Assessoria - Cfemea já iniciaram o planejamento e organização dos laboratórios organizacionais que serão realizados em 2025 em Salvador, Rio de Janeiro e Cidade Estrutural (DF) O primeiro Laboratório Organizacional Feminista será realizado em Salvador, iniciando em março e indo até maio. Cada Laboratório congregará em torno de 30 mulheres, mas dependendo das características dos territórios, poderá ter mais. A proposta é que esses laboratórios resultem na criação de pelo menos uma empresa/iniciativa autogestionária formada por mulheres ou majoritariamente organizada por mulheres. Serão empreendimentos para a sustentação da vida, em termos de geração de renda, cuidado e luta pelo Bem Viver. Foto: Na primeira reunião estiveram presentes Guacira, Gabi, Isabel, Suely e Ivônio (Cfemea), Azânia e Daiane (CMC), Nádia, Anny e Flávia (MCMT), Abadia e Mariza (MECE) O projeto é criar condições para que as mulheres, nas periferias urbanas, tenham condições de superar a pobreza e as violências, criando outras oportunidades que as fortaleçam coletivamente, fortalecendo também as lutas feministas antirracistas em trajetórias de cuidado coletivo e autocuidado. Os novos laboratórios seguem a formação feminista iniciada pelo Cfemea em 2024 em cocriação com o Coletivo de Mulheres do Calafate (CMC -Salvador-BA), Movimento de Educação e Cultura da Estrutural (MECE - Cidade Estrutural-DF) e Coletivo de Mulheres Construindo e Movimentando Territórios (MCMT – Rio de Janeiro). Durante o ano passado, uma equipe do Cfemea e representantes de cada um desses territórios seguiu um processo formativo conhecendo, experimentando e reinventando a metodologia dos laboratórios organizacionais criada por Clodomir Santos de Morais e utilizada pelo Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST) e centenas de outros movimentos na América Latina, África e Ásia. A metodologia foi transformada incorporando metodologias e conhecimentos feministas e incorporando a dimensão do cuidado coletivo e autocuidado, práticas e técnicas de educação e vivências fazendo uso de tecnologias de comunicação e informação (Tics) virtuais, e de experiências no uso de outros saberes, como a Economia Feminista e Solidária. O Laboratório Organizacional Feminista do Calafate vai dar seguimento a essas experimentações, assim como os demais, evoluindo a cada passo. Os laboratórios são práticas e vivências que fazem com que as participantes sejam as gestoras de todo o processo, organizando-se em comissões e realizando assembleias para conduzir e deliberar sobre todo o processo de cursos técnicos, processos formativos, resolução de conflitos e ações necessárias para a constituição e desenvolvimento da inciativa. Ao se constituir a empresa feminista, os coletivos que coordenam o processo também darão assistência técnica e suporte de orientação às empresas por mais oito meses, para fortalecer os primeiros passos e buscar meios para solução dos problemas que forem surgindo. É uma proposta que exige fôlego e dedicação dos coletivos em práticas e propostas inovadoras para a maioria das organizações. Coloca desafios internamente nas organizações e coletivos participantes e, por isso, gera deslocamentos, propicia novos olhares e podem produzir outras experiências organizativas. Conflitos e tensões existiram durante o ano de 2024 e foram superados, produzindo aprendizados e novas propostas organizativas. Um exemplo disso é o próprio Cfemea, que está experimentando uma pequena revolução interna, da qual trataremos em outras matérias e documentos. Para a realização do Laboratório do Calafate, nos próximos dias será realizada um etapa intensiva presencial em Salvador, com toda a equipe do Calafate que irá se dedicar à coordenação do Laboratório, junto com algumas integrantes da equipe do Cfemea e uma representante do MECE e outra do MCMT. Elas ficarão encarregadas de traduzir o orçamento às condições de Salvador, darão os primeiros passos para a constituição de parcerias possíveis, entre outras iniciativas que haverá que se produzir na etapa pré-laboratório. Além disso, na plataforma virtual da Universidade Livre Feminista Antirracista estará sendo produzido um ambiente para facilitar a organização dos laboratórios e também um ambiente para o próprio Laboratório Feminista do Calafate, que terá uma etapa presencial de 18 dias aproximadamente e uma etapa virtual de aproximadamente 42 dias. Todas que compõem essa Comunidade de Territórios de Cuidado, Luta e Sustentação da Vida iniciam o ano com fortes expectativas, em um ambiente de muita vontade de fazer com que a proposta seja um sucesso e se chegue ao final de 2025 com uma transformação na vida de cada território e em cada uma das mulheres que participarem dessa vivência revolucionária. fonte: https://www.cfemea.org.br/index.php/pt/cfemea/artigos-e-materias-do-cfemea/10374-coletivos-de-mulheres-iniciam-2025-com-muita-expectativa-nos-laboratorios-feministas Próximo artigo: BRASIL: Aconteceu em Brasília o 1º Laboratório Organizacional Feminista para a Sustentação da Vida Próximo